quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Refrescando a memória
" É sempre uma simples questão de atrair as pessoas, quer seja uma democracia, ou uma ditadura fascista, ou um parlamento, ou um ditadura comunista. Proclamando ou não, as pessoas podem sempre ser trazidas para o comando dos líderes. Isto é fácil. Tudo que você tem que fazer é dizer que elas estão sendo atacadas, e censurar os pacifistas por falta de patriotismo e de exporem o país ao perigo. Isto funciona do mesmo modo em todos os países. "
Meses atrás após um terrível acidente, os bondes de santa teresa foram suprimidos, resistiram ma mais de um século de operação mas não resistiram auma quadrilha aparelhada no governo, liderada por corruptos neo-liberais.
O estado transformou a discussão sobre uma alternativa de transporte em uma questão de "velho contra novo" usando de propaganda de massa para desviar a atenção de sua podridão.
Vejam só o exemplo disso:
MENTIRAS OFICIAIS, REPETIDAS DE FORMA INCANSÁVEL PELO GOVERNADOR SÉRGIO
CABRAL E PELO SECRETÁRIO JÚLIO LOPES:
1) Os bondes precisam ser modernizados: MENTIRA
O sistema de bondes de Santa Teresa funciona há 115 anos e a história
evidencia que os problemas de maior gravidade sempre estiveram ligados à
falta de manutenção e ao abandono do poder público.
A aventura tecnológica de transformação dos bondinhos em protótipos de VLT
mostrou-se um fracasso, cujos resultados foram inúmeros acidentes de menor
proporção e incidentes (devidamente ocultados pela CENTRAL e pela Secretaria
de Transportes), poluição sonora, instabilidade nas curvas, passageiros
feridos e morte da Profª Andréa de Jesus Rezende.
O próprio Secretário Júlio Lopes admitiu à imprensa que o processo de
“modernização” foi interrompido em função dos inúmeros e recorrentes
problemas apresentados pelos “modernizados”. Até hoje a T’TRANS não entregou
os 14 bondes previstos em contrato. Onde está o dinheiro?
A T’TRANS deu apenas 1 (um) ano de garantia. A transferência de tecnologia e
o treinamento dos funcionários da oficina dos bondes foi precário. A
manutenção dos bondes-VLT, também conhecidos como Franksteins, é
incrivelmente mais onerosa do que a manutenção dos bondes tradicionais.
Para diminuir o barulho causado pelos franksteins nas curvas, é necessário
comprar uma cêra, cuja lata custa mais de R$ 500,00 e nem sempre há verba
disponível para essa finalidade.
Os bondes são tombados e o tombamento não abrange apenas sua aparência
“bucólica” ou “pitoresca” como imaginam alguns, ou como propagam
levianamente outros. O decreto de tombamento abrange o sistema como um todo.
Qualquer alteração, inclusiva modernização, deve ser precedida de revisão do
decreto de tombamento. Não basta aprovação dos órgãos de patrimônio (IPHAN e
INEPAC), pois a atuação destes não pode se sobrepor à lei.
2) Os bondes serão municipalizados: MENTIRA
O Sistema de Bondes de Santa Teresa é uma modalidade de transporte de
interesse local que acabou ficando com o Estado na época da fusão do Estado
da Guanabara. A municipalização é importante. Com ela, os usuários do
serviço teriam melhores condições de cobrar da Prefeitura a manutenção,
conservação e bom funcionamento, que poderia ser desenvolvido conjuntamente
com os demais órgãos municipais de ordenação do trânsito. A Câmara Municipal
por meio dos vereadores, poderia melhor servir aos interesses da população
fiscalizando a atuação do Poder Executivo na gestão do sistema.
Entretanto, ao declarar que os bondes seriam municipalizados, o Governador
Sérgio Cabral estava mentindo. É de conhecimento público que o Governador
manipula declarações conforme suas conveniências. À época do acidente que
matou a Profª. Andréa, declarou que iria municipalizar os bondes,
aparentemente transferindo a responsabilidade para o Prefeito Eduardo Paes.
O Prefeito, com a habitual submissão ao “chefe”, jamais esboçou uma única
palavra sobre o assunto, jamais moveu uma palha para viabilizar a
municipalização, mas aceitou calado a declaração, para ajudar Cabral a
desviar o foco. Lamentavelmente, a imprensa de modo geral entregou-se a esse
“jogo de empurra”, reproduzindo de forma subserviente a declaração do
Governador, até que a mobilização popular e o clamor público sobre o
assunto se dissipassem.
3) Não há verba para manutenção: MENTIRA
Ainda no Governo de Rosângela Garotinho o Banco Mundial disponibilizou 22
milhões para serem aplicados na recuperação do Sistema de Bondes.
Desse valor, mais de 14 milhões foram destinados à aventura tecnológica
fracassada de transformação dos bondes tombados em VLT. A empresa T’TRANS
foi agraciada com esse contrato (julgado ilegal pelo TCE-RJ), para promover
modificações ilegais nos bondes tradicionais, ao custo unitário de mais de
R$ 1 milhão por veículo, ao passo que a recuperação integral de um bondinho
tradicional custava, à época, cerca de R$ 300.000,00.
Até hoje o Governo do Estado/Secretaria de Transportes e a CENTRAL não
prestaram contas de forma transparente sobre a aplicação da verba
disponibilizada pelo BID, nem apresentaram o cronograma de execução do
contrato ilegal firmado com a T’TRANS.
A CENTRAL, que administra o Sistema de Bondes, sofre execuções em âmbito
trabalhista e fiscal por razões que nada têm a ver com os bondes. Tratam-se
de centenas de processos e um imenso passivo jurídico oriundo da rede
ferroviária estadual. Há inúmeras formas de resolver essa situação; uma das
possibilidades seria individualizar o patrimônio do SBST e alocá-lo em uma
empresa pública voltada unicamente para a gestão do serviço. O Governo do RJ
jamais moveu uma palha para modificar esse quadro.
4) Não há peças de reposição no mercado: MENTIRA
Os trabalhadores da oficina dos bondes e a população de Santa Teresa que
utiliza o serviço há décadas sabem que existem fornecedores de peças no
mercado, têm o contato desses fornecedores e já chegaram inclusive a
organizar compra simbólica de peças para doação pública à oficina, como ato
de protesto pelo abandono.
5) Os passageiros andam no estribo porque gostam, por tradição ou porque é
cultural : MENTIRA
Os passageiros andam no estribo porque não há bondes suficientes em
circulação.
Ao contrário do que o Governador e o Secretário de Transportes repetem, o
bonde, apesar de símbolo da cidade, não é um mero equipamento turístico.
Embora atenda turistas, trata-se de um meio de transporte utilizado pela
população de Santa Teresa. A população depende e precisa do transporte por
bondes.
O transporte no estribo é tolerado de forma vil pelo Governo do
Estado/Secretaria de Transportes e CENTRAL, que, incapazes de lidar com as
consequências do abandono, agem permissivamente e fecham os olhos para os
riscos, para não agravarem a revolta da população.
A omissão e a permissividade é tão verdade que só agora, após a queda do
turista francês, foram colocadas placas pelo bairro alertando para o risco
de viajar no estribo. Estas placas não tem nenhuma serventia além de
poluição visual, pois enquanto houver tolerância e enquanto não houver
bondes suficientes para atender a demanda, as pessoas continuarão se
arriscando.
6) A superlotação nesse acidente foi um fato isolado e será devidamente
apurada: MENTIRA
A superlotação é um problema habitual, que tem se agravado nos últimos anos,
o que sempre foi de conhecimento da Secretaria de Transportes e da Central
Logística.
Compreender o problema é uma questão de Física: a superlotação ocorre porque
não há bondes suficientes para atender a demanda.
Se o Secretário Júlio Lopes foi “surpreendido” pela superlotação, das duas
uma: ou é incompetente, e deve ser exonerado por desconhecer a realidade do
sistema de transporte vinculado a sua pasta, ou é irresponsável, e deve ser
exonerado por fechar os olhos para o problema da superlotação , tolerar que
as pessoas viajassem em bondes lotados e aplicar a verba de recuperação dos
bondes em uma aventura tecnológica.
7) A responsabilidade por este acidente teria sido do motorneiro Nelson –
MENTIRA E COVARDIA
Ao utilizar a estratégia vil de manipular os fatos e as palavras para
transferir a responsabilidade para o motorneiro morto, tão vítima quanto os
demais passageiros, o Secretário de Transportes Júlio Lopes mostra bem o
caráter e a postura de desprezo pela vida e pela dignidade das pessoas.
Em matéria publicada pelo Jornal Extra, a versão falaciosa apresentada pelo
Secretário começa a ser desmentida pelo Engenheiro da CENTRAL, Cia. que
administra o sistema de bondes, o qual informa fato que muitos moradores do
bairro já tinham tomado conhecimento: a batida com um ônibus muito antes do
acidente foi um pequeno incidente que danificou apenas o balaústre, peça de
madeira utilizada para segurar com as mãos e subir no bonde. Jamais poderia,
um fato como este, comprometer o sistema de freios, a menos que houvesse
falta de manutenção ou utilização de sapatas de baixa qualidade ou já gastas
o suficiente.
8) A culpa foi da modernização: MENTIRA
A T'Trans possuía um contrato para anutenção dos bondes não modernizados, contrato firmado após o escândalo da modernização e cancelado na surdina após o último acidente.
A frota de bondes não modernizados dispunha de apenas 1 bonde operacional do total de 14.
Se a mannutenção da T'trans era competente o suficiente, porque apenas 1 bonde conseguia ser mantido operacional?
Se havia necessidade de modernização, porque a T'Trans tinha um contrato de manutenção?
OUTRAS MENTIRAS OFICIAS SERÃO ACRESCENTADAS.
http://amast.org.br/2011/08/29/mentiras-oficiais-repetidas-jamais-se-tornarao-verdades/
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