quinta-feira, 4 de agosto de 2011

RFFSA TUE série 800, sucessores Recife

 Publicidade de 1987 mostrando os trens da CBTU Recife.

A Companhia Industrial Sta. Matilde - CISM, no início da década de 80 recebeu uma encomenda de 60 TUES para equipar os sistemas de subúrbio do RJ, a partir de um projeto importado e visando atender a especificação técnica padrão elaborada pela RFFSA a CISM, entregou os TUEs série 800.
Trens problemáticos desde sua incorporação, e numa época de recursos escassos, tiveram vida curta.
No entanto antes da falência geral da indústria ferroviária no início dos anos 90, o governo ainda deu prosseguimento a programas de reaparelhamento de outros sistemas de subúrbio por todo o país.
A Sta matilde através da transferência de tecnologia recebida com o projeto da série 800, deu prosseguimento ao desenvolvimento do seu modelo de trem, o governo por sua vez manteve as encomendas junto a empresa, mesmo com os problemas apresentados pelos trens entregues.
Hoje só podemos especular o porque, mas na época as encomendas do setor ferroviário e de outros setores estratégicos eram inseridas dentro de um planejamento de expansão da indústria, o que na prática significava que as empresas que mais investiam na sua capacidade de produção, recebiam maiores encomendas do governo, além disso há questões comom, acreditar seriamente que o fabricante garantiria seus trens e o fato de negar a participação da empresa nestes programas poderia quebrar a mesma.
Também pode se pesar o fato que a RFFSA e a seguir a CBTU, já prevendo a descentralização da administração de transporte metropolitano poderiam buscar padronizar as frotas locais remanejando trens dos STUs de SP e RJ, os maiores do país e com diversos modelos de trens, neste caso alguém herdaria os série 800 da Sta. Matilde.
Nesse esforço no início dos anos de 1980 foram feitas as encomendas para os trens de subúrbio de Recife (metrô de recife - METROREC), sendo a vencedora a CISM que ofereceu uma versão modernizada da série 800, buscando corrigir os problemas apresentados no STU-RJ.
Entre alguns detalhes pode se observar que os trens de recife tem resitores de freio dinâmico menos aparentes,nova máscara frontal, sistema de ventilação com tomadas de ar laterais, e sistema CC/CA, com tiristores mais modernos ( GTO?).

Cronologia:

09/09/1982 Assinatura do contrato EBTU/RFFSA, constituindo o Consórcio METROREC.
17/01/1983 Início das obras do Metrô do Recife.
23/02/1984 Criação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos.
25/10/1984 Chegada do 1º trem elétrico ao Recife.
02/01/1985 Incorporação do METROREC à CBTU.
11/03/1985 Inauguração do Metrô do Recife / 1º Trecho (Recife-Werneck).

Desde então o METROREC tem se expandido e modernizado, porém só recentemente manifestando a intenção de adquirir novos trens, ao mesmo tempo em que os série 800 recebidos passam por uma modernização de meia vida, inclusive sendo climatizados.
O consórcio formado por siemens e a MGE empreenderam aos série 800:
Novos grupos geradores de tração , em substituição aos anteriormente empregados , que se mostravam obsoletos.
Novo Sistema de acionamento das portas do salão dos carros e frenagem , empreendido pela knor bremse.
Sistemas elétricos empreendidos pela siemens.
Nova instrumentação de bordo.
Requalificação parcial do interior dos carros e caracterização exterior dos trens.
Diante da implantação do sis. de sinalização ATC-ALSTOM , em detrimento do sis. GEC , o sis. de bordo dos trens conseqüentemente foi alterado.
Todos os trabalhos foram realizados nas dependências da companhia.
Além da semelhança entre as máscaras , os trens da CBTU-METROREC , em nada mais remetem às unidades da série 8000 em propriedade da supervia.
Até onde se sabe pelo ao menos os trens que foram reformados pela Metrorec no metrô RECIFE operam sem maiores problemas.
Em março de 2007, o Governo Federal disponibilizou recursos que serão empregados na aquisição de novos equipamentos. Entre eles será a compra de novas composições para o trecho entre as estações Cajueiro Seco e Cabo do Trem Sul que será remodelado e receberá novas composições do tipo VLT.
As composições que compõem as linhas Sul e Centro foram reformadas por um consórcio liderado pela Siemens Transportation Systems.[4]
A frota do Metrô do Recife será ampliada em 15 TUEs (60 carros) fabricados na Itália pela CAF.[5]

Até então tem-se na malha de bitola larga do METROREC os mesmos trens de 1984 com a seguinte frota:





Modelo/Série Potência (kW) Fabricante Origem Ano de fabricação Frota ativa Frota inativa Frota total TUEs Frota total carros
800 2208 Santa Matilde / MAN AG Brasil / Alemanha 1984/85 25 0 25 100


Anuncio na inauguração











Nas 4 fotos acima, atualmente em manutenção nas oficinas do Cajueiro.

Ainda com a pintura CBTU

Notar os areeiros ainda presentes nos truques. Notem também as caixas de equipamentos eletrônicos quadradas, diferente das dos TUEs série 800.

Nunca entendi o  porque dos carros baixados no RJ nunca terem sido revertidos pelo governo federal para Recife, sendo particamente o mesmo trem o METROREC poderia já estar operando com praticamente o dobro da capacidade há pelo ao menos 10 anos se tivesse incorporado estes trens abandonados no Rio de Janeiro.
O motivo mais provável é que política é política, no Brasil se não for novidade não interesssa.


Matilde: Entre trilhos e estradas, no campo e na cidade » Relatos de Viagem etc.

Início do Metrô do Recife - MetroRec - 1985 | Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU | Rede Ferroviária Federal - RFFSA


http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=640089

http://www2.cbtumetrorec.gov.br/



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