quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sinal amarelo

Para quem acompanha a situação dos trens no estado do Rio de Janeiro,  recentemente durante a transção para o controle da Odebrecht, houve uma "limpa geral" executada pela supervia e governo do estado onde incontáveis equipamentos ferroviários foram transformados em pilhas de sucata.
A consequencia imediata foi a quase paralisação total dos sistemas de suburbios devido a acidentes e panes consecutivas por falta de manutenção, com subsequentes rebeliões de passageiros (que são cidadãos e ainda não esqueceram os recentes motins dos bombeiros e greves de funcionários público, principalmente pos professores).
Tudo parecia acertado, a frota atual seria desfeita e substituída por trens asiáticos de qualidade duvidosa 9 a série 2005 "coreanos' está sendo paralisada precocemente devido a má qualidade do aço nas caixas de transmissão e dificuldade, leia-se preço, de se obter peças no exterior.
Pois bem não é que o plano deu errado.
As forças políticas nacionais comeam a reagir a política de compras do governo, como consequencia a frota atual pode ser reabilitada ao invés de parada, e a indústria ferroviária nacional pode se atualizar  associando-se a empresas estrangeiras, tal como nos programas de reaparelhamento da década de 80, onde revoltas populares desencadearam a compra de 30 trens japoneses que foram seguidos por 150 nacionais devido a pressão combinada de indústria e sindicatos .
Assim espero, que este tiro realmente tenha saído pela culatra, o tempo dirá

Carro Rotem em Salvador, mutio similar aos trens série 2005 do RJ, e uma boa idéia do que será fornecido pela CNR para o metrô RJ.

Indústria não quer chinês Fonte: Revista Ferroviária, 04/08/2011

Depois de ver a casa arrombada por quatro vezes por trens coreanos e chineses, vendidos ao Rio e a Salvador, a indústria ferroviária nacional está tentando “por um cadeado na porta”  através de uma forte mobilização contra a muito provável compra de mais 60 trens chineses para a Supervia, no Rio de Janeiro, pelo governo do estado.
Ontem, em reunião no Simefre, o presidente da entidade, José Antonio Martins, disse que seria “uma afronta à indústria nacional”  ver o governo do Rio repetindo o que fez há dois anos, ao comprar 30 trens de quatro carros e depois mais quatro também de quatro carros da Changchung Railway Vehicles Corporation, pertencente ao conglomerado chinês CNR. A fábrica da Changchung volta hoje uma boa parte de sua capacidade de produção para o Brasil, pois ali também estão sendo fabricados 19 trens de seis carros adquiridos pelo Metrô Rio, concessionária privada.
No início da reunião – que contou com a presença do secretário de
Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes – os empresários se mostravam entusiasmados com o anúncio, na véspera, do plano Brasil Maior, com suas normas de desoneração fiscal para a indústria e margem de preferência de 25% para produtos nacionais nas compras governamentais. Logo em seguida, no entanto, o presidente da Abifer, Vicente Abate, observou que a licitação a ser aberta no mês que vem pelo governo do Rio para a compra dos trens da Supervia terá financiamento do Banco Mundial, e dessa forma escaparia não só da margem de preferência como também do imposto de importação de 14% sobre importação de equipamento ferroviário. Foi assim, com isenção de imposto alfandegário, que os primeiros 34 trens foram comprados.

As duas entidades do setor decidiram partir para o ataque. O presidente do Simefre, gaúcho como a presidenta da República, e próximo a ela, vai atuar em Brasília, enquanto o presidente da Abifer, diretor da AmstedMaxion, fábrica de vagões, vai mobilizar a força sindical para fazer pressão sobre o governo do Rio.  Uma outra compra a ser feita pela Supervia, de mais 30 trens, esta com recursos privados, da Odebrecht Transport, que hoje controla a operadora, também está a caminho. Ou seja, uma encomenda total de 90 trens, próxima da compra de 105 trens feita pela CPTM há quatro anos, e que levou à instalação da fábrica da CAF em Hortolândia (SP). Não está descartado, por sinal, que uma fábrica da CNR venha a ser instalada em Três Rios (RJ), onde a T’Trans, associada do Simefre, tem as suas instalações prontas para receber os chineses, caso a encomenda seja de fato ganha por eles.
Segundo uma fonte da indústria, os chineses tem grandes chances de levar a encomenda, pois é natural que a Supervia queira  uma frota homogênea de novos trens, o que simplifica e barateia a manutenção.
Além disso, o Rio possui um programa de incentivo à produção de material ferroviário, o programa Rio Ferroviário, com incentivos fiscais, o que beneficiaria a associação CNR/T’Trans. E também existe a declaração mais do que franca do secretário de Transportes do Rio, Julio Lopes, feita numa reunião anterior do Simefre: “O Rio não vai comprar trens mais caros para gerar emprego em São Paulo”.  Parece o cenário ideal para que se repita, em Três Rios, o que aconteceu em Hortolândia.


PS: Júlio Lopes ou é muito corrupto ou muito imbecil, esqueceu  que as empresas ferroviárias do RJ tem como grandes clientes São Paulo, imagine se os paulista aplicarem a reciprocidade.
Além disso São Paulo é Brasil, e os trens montados lá compram peças no Rio e Minas.

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