segunda-feira, 8 de julho de 2013

Olha o estado patrocinando a destruição do patrimônio ferroviário


Não bastasse abandonar o material e impedir as ações de qualquer um que tente impedir a destruição do material rodante o governo ainda promove Raves cheias de drogados dentro da gare da leopoldina.

OsGemeos assinam direção de arte do Back2Black e grafitam vagões da Estação Leopoldina

por Constance Escobar em 27 de agosto de 2011

Desde a noite de ontem, a Estação Leopoldina abriga a terceira edição do Festival Back2Black. Nas edições anteriores, a direção de arte do evento esteve nas mãos de nomes da nata das artes visuais do país, como Bia Lessa, Gringo Cardia e Vik Muniz. Esse ano, o festival não deixou por menos e delegou a tarefa aos irmãos grafiteiros e artistas plásticos Otávio e Gustavo Pandolfo, conhecidos como OsGemeos.
Estive lá ontem, poucas horas antes de o festival abrir as portas para o público, e pude ver de perto o belíssimo resultado. A impressão que fica é a de que a linguagem da dupla encontra pouso certo no cenário algo decadente da estação desativada. Embora tenham deixado, há muito, a marginalidade do graffiti para serem alçados ao mainstream, o DNA de sua arte está em tudo o que fazem. São perfeitamente reconhecíveis os traços dos irmãos paulistas, que parecem digerir a aridez da urbe e ruminá-la de forma onírica, através dos inconfundíveis personagens amarelos, que, além de tudo, são profunda e irremediavelmente brasileiros.
Em conversa com Gustavo, o artista fez questão de lembrar que o  Back2Black deu a eles a chance de experimentar algumas “primeiras vezes”. É a primeira vez que montam uma instalação dentro de um trem, ideia que surgiu assim que se depararam com os vagões abandonados da Leopoldina. Usar o teto como suporte para uma instalação também é algo que ainda não haviam realizado.
Ao entrar na área do festival, é inevitável o impacto. Cabeças de personagens se materializam em balões que tomam o teto do interior da estação, onde está montado o palco.
Mas as intervenções feitas na área externa da estação me pareceram ainda mais interessantes. Como se aquele cenário se revelasse o substrato perfeito pra arte dos irmãos Pandolfo. Como se o abandono dos vagões desativados fosse um convite às cores do graffiti.
A dupla chamou três artistas amigos pra fazerem parte do processo. E eles mesmos assumiram um dos vagões. Na parte externa do trem, pintaram um personagem. No interior, montaram uma instalação feita com espelhos, algo como um reflexo do que está na cabeça do personagem pintado do lado de fora. O resultado das intervenções é pura poesia urbana.

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