Olha o estado patrocinando a destruição do patrimônio ferroviário
Não bastasse abandonar o material e impedir as ações de qualquer um que tente impedir a destruição do material rodante o governo ainda promove Raves cheias de drogados dentro da gare da leopoldina.
OsGemeos assinam direção de arte do Back2Black e grafitam vagões da Estação Leopoldina
por Constance Escobar em 27 de agosto de 2011
Desde
a noite de ontem, a Estação Leopoldina abriga a terceira edição do
Festival Back2Black. Nas edições anteriores, a direção de arte do
evento esteve nas mãos de nomes da nata das artes visuais do país, como
Bia Lessa, Gringo Cardia e Vik Muniz. Esse ano, o festival não deixou
por menos e delegou a tarefa aos irmãos grafiteiros e artistas
plásticos Otávio e Gustavo Pandolfo, conhecidos como OsGemeos.
Estive
lá ontem, poucas horas antes de o festival abrir as portas para o
público, e pude ver de perto o belíssimo resultado. A impressão que
fica é a de que a linguagem da dupla encontra pouso certo no cenário
algo decadente da estação desativada. Embora tenham deixado, há muito,
a marginalidade do graffiti para serem alçados ao mainstream, o DNA de
sua arte está em tudo o que fazem. São perfeitamente reconhecíveis os
traços dos irmãos paulistas, que parecem digerir a aridez da urbe e
ruminá-la de forma onírica, através dos inconfundíveis personagens
amarelos, que, além de tudo, são profunda e irremediavelmente
brasileiros.
Em conversa com Gustavo, o artista fez questão de lembrar que o
Back2Black deu a eles a chance de experimentar algumas “primeiras
vezes”. É a primeira vez que montam uma instalação dentro de um trem,
ideia que surgiu assim que se depararam com os vagões abandonados da
Leopoldina. Usar o teto como suporte para uma instalação também é algo
que ainda não haviam realizado.
Ao entrar na área do festival, é inevitável o impacto. Cabeças de
personagens se materializam em balões que tomam o teto do interior da
estação, onde está montado o palco.


Mas
as intervenções feitas na área externa da estação me pareceram ainda
mais interessantes. Como se aquele cenário se revelasse o substrato
perfeito pra arte dos irmãos Pandolfo. Como se o abandono dos vagões
desativados fosse um convite às cores do graffiti.



A
dupla chamou três artistas amigos pra fazerem parte do processo. E eles
mesmos assumiram um dos vagões. Na parte externa do trem, pintaram um
personagem. No interior, montaram uma instalação feita com espelhos,
algo como um reflexo do que está na cabeça do personagem pintado do
lado de fora. O resultado das intervenções é pura poesia urbana.





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