quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Trem não paga pedágio - Antonio Pastori

Em tempos onde o governo incentiva a ferrovia do pior jeito possível, pedagiando e encarecendo o transporte rodoviário através de um pacote de concessões que doa escandalosamente rodovias recém reformadas pelo DNIT e cria monopólios nos deslocamentos entre as regiões do Brasil. Ao mesmo tempo que ataca os caminhoneiros com leis incumpríveis.
Temos os comentários de Antonio pastori sobre o maior engarrafamento de todos os tempos registrados na BR040, causado pela decisão da concessionária de mover uma carga especial, que bloqueia as pistas, no horário de pico. Manobra política para obter benesses do governo na renovassão do contrato de concessão.
Por uma mínima fração (1/10) do que é necessário para duplicar a subida rodoviária para Petrópolis se coloca em operação o trem ligando a referida cidade ao centro do RJ.

Tribuna de Petrópolis, edição on line, Segunda, 10 Setembro 2012 09:42
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O mega engarrafamento de quarta-feira na pista de subida da BR-040 foi mais uma amostra grátis da irracionalidade que orienta a nossa (i)mobilidade urbana. Um belo exemplo de desperdício de combustíveis fósseis e de tempo. Podiam ter autorizado o deslocamento do trambolho sobre pneus durante madrugada, era óbvio, mas.... Por conta disso, ouso ariscar que a Concer está “forçando a barra” para que haja uma maior pressão da coletividade pelo início da construção da nova pista de subida na Serra de Petrópolis. Se o governo federal (DNIT) não fizer a obra, ela pode fazer mas, desde que lhe seja concedida a prorrogação do prazo de concessão por mais uns 15 ou 20 anos. Se não, ela vai ter que aumentar o pedágio, para manter o equilíbrio econômico e financeiro que lhe é garantido em contrato.

As rodovias concessionadas no Brasil são como uma mina de ouro inesgotável, que cresce a cada dia graças a estupidez do sábios senhores do Planalto Central, que continuam jogando para a plateia, mantendo a redução do IPI dos veículos e outras benesses. Em agosto deste ano foram emplacados em todo Brasil, mais de 400 mil novos carros. As ruas e estradas não suportam e nem tem espaços para comportarem esses constantes acréscimos no volume de veículos trafegando. O resultado é amplamente conhecido e tem sido divulgado diariamente na mídia: congestionamentos quilométricos e acidentes cinamatográficos, quase sempre associados à lamentáveis mortes. Esse é o pedágio cobrado por esse trânsito caótico.
Os gestores públicos, em especial os ligados aos transportes, chegaram a conclusão, embora tardiamente, de que que a melhoria na mobilidade urbana somente será possível com a utilização de uma eficiente e moderna rede de transportes públicos sobre pneus (ônibus) para alimentarem uma rede formada por veículos sobre trilhos, quais sejam: trens, metrôs, monotrilhos e VLTs-Veículos Leves sobre Trilhos. As vantagens desse modal são enormes: além de serem rápidos, seguros, confortáveis e bem menos poluentes, tem a capacidade de transportar muito mais passageiros por hora, contribuindo para reduzir a poluição atmosférica e o desperdício de combustíveis fósseis nos contumazes engarrafamentos. Detalhe: não pagam pedágio! Portanto, só não vê quem não quer: ou porque é dono de concessão rodoviária, montadora de veículos automotores, fabricante de auto-peças, dono de revendedora de automóveis, oficina de reparos, ou empresa de ônibus, posto de gasolina, etc.; ou então, porque é míope!
Se o que disse acima é verdadeiro, por que está demorando tanto para ser implantado o Trem Expresso Imperial, que poderia nos levar ao Rio em 1h30? Eu não sei a resposta, mas sei muito bem que o que não está demorando nem um pouco é a impressionante velocidade das novas invasões ao longo do antigo leito, na Serra da Estrela , conforme a própria Tribuna já noticiou, podendo comprometer o projeto se nada for feito. É bom lembrar que o Termo de Cooperação Técnica, assinado em março deste ano entre o Governo do Estado e as prefeituras de Petrópolis e Magé, estabelece como única obrigação para as mesmas, elaborar um Plano de Realocação da População residente ao longo do antigo leito da ferrovia no seu território. Só isso! Interessante registrar que, dos cinco candidatos a prefeito aqui em Petroville City, quatro incluiram no seu programa de governo “promover a volta do trem” . Cobremos isso do vencedor, seja quem for.
Até porque, eu sempre faço uma provocação no final das exposições que realizo sobre o projeto do Expresso Imperial (lá se vão mais de cinquenta por esse Brasil afora!). Um dos últimos slides é o brazão de Petrópolis, o qual é ladeado por uma fita que envolve um segmento de trilhos, numa alusão à primeira ferrovia do Brasil, a Estrada de Ferro Petrópolis, da Imperial Cia. de Navegação a Vapor do inigualável Barão de Mauá, que por sinal foi um ilustre morador da legítima Cidade Imperial, falecendo pouco dias antes da Proclamação da República.
Voltando ao brazão, eu aponto para os trilhos e lanço o seguinte desafio: ou tiramos os trilhos do brasão, ou trazemos o trem de volta. O que é mais fácil? Parece que a primeira opção está saindo vencedora, et pour cause, se o leitor atentar para o brazão que enfeita os novos ônibus da Viação Cidade de Petrópolis, vai notar que realmente os trilhos já foram retirados.
Oremos, pois. E muito!
antonio.pastori53@gmail. com.

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Antonio Pastori
(21) 9911 - 8365
 
Visite o site www.trembrasil.org.br
 
Assine o nosso manifesto pela volta do trem a Petrópolis em:  http://www.manifestolivre.com.br/ml/assinaturas.aspx?manifesto=expresso_imperial 

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