domingo, 29 de outubro de 2023

Trem de minério Barra do Pirai 1998 SD40-2

MT 0102 - Automotriz e inauguração da ABPF no Rio de Janeiro (1989)

VFCO Brazil 1979

MT 0111 - Chegada do Trem Santa Cruz e manobras em São Diogo (1989)

MT 0109 - Automotriz retornando de Santa Cruz até Deodoro (1989)

MT 0107 - Automotriz na Variante Japeri - Brisamar e indo até Santa Cruz...

MT 0105 - Manobras de Automotrizes em São Diogo no RJ - 1989

MT 0103 - Manobras em São Diogo - Rio de Janeiro (1989)

MT 0101 - Barbacena e Antonio Carlos, Minas Gerais, 1989

MT 0100 - Barbacena, Minas Gerais - Pátio e CTC - 1989

MT 0088 - Lavras e Ribeirão Vermelho, MG

Encontro De Ferromodelismo Em Vassouras No Rio De Janeiro

MT 0097 - Pátio de Itabirito e locomotivas da Usina Queiroz Junior em 1989

MT 0096 - Pátio de locomotivas da Ciminas em Pedro Leopoldo, GM, em 1989

MT 0092 - Arantina a Augusto Pestana, MG

MT 0091 - São Vicente de Minas a Arantina, MG, incluindo manobra das loc...

MT 0090 - Engenheiro Bhering a São Vicente de Minas, MG - 1989

GE U20C FTL 7804 liderando um tanqueiro vazio - Codó MA

Metropolitan Vickers Série 100 - Central do Brasil

Teresina de dentro do Metrô

sábado, 21 de outubro de 2023

A reconstrução de locomotivas como proposta de redução do impacto dos preços do aço e dos combustíveis na renovação do material rodante.

Introdução

A indústria ferroviária nacional tem passado por um momento de grande frustração, onde as encomendas esperadas em decorrência da renovação das concessões não vieram, muito em função da disparada de preços de insumos como o aço, e pelo aumento nos custos operacionais, especialmente pelo aumento do preço dos combustíveis, além de irregularidades na demanda das operadoras, causados pela pandemia, levando a um prolongamento de um período de grande ociosidade do parque industrial, ao mesmo tempo em que as operadoras tem a necessidade constante de obter novos materiais de tração para o aumento de eficiência, confiabilidade e renovação de um parque em que predominam locomotivas ou herdadas do ente estatal ou compradas de segunda mão no exterior, já atingindo ou superando os 40 anos de operação, no limite da obsolescência.

O ciclo natural de renovação seria a aquisição de locomotivas mais modernas, com maior potência, para serviço nos trens prioritários, cada vez mais longos e com vagões mais pesados, e enquanto isso o deslocamento das locomotivas mais antigas para serviços secundários como os de manobra e manutenção. Porém devido ao aumento de preços já citado esse ciclo tem sido rompido, pois a aquisição de novas locomotivas se tornou muito cara e o deslocamento das locomotivas mais velhas para outros serviços tem criado situações de “excesso de potência” nesses serviços, que associada ao desgaste natural das máquinas tem criado um aumento de consumo de combustível.

A proposta aqui defendida é a de propor a modernização pesada de locomotivas, através de reconstrução e remotorização como uma alternativa para driblar os custos dos insumos de duas vertentes: aquisição e operação.

Aquisição

No Brasil, talvez pelas péssimas condições de entrega do material rodante recebido nas concessões, estabeleceu-se a lógica de que buscar a aquisição de equipamentos novos, mesmo que usados, é melhor do que empreender esforço no sentido de recuperar e modernizar o material rodante antigo, restando uma impressão de que a reforma de equipamentos é coisa de “saudosista”, descartando-se a opção de reconstrução. São relativamente poucos os exemplos de programas dessa natureza, destacando-se aí os programas: C30-7MP, executado pela GEVISA para a MRS em 2000, onde locomotivas U23C baixadas pela RFFSA, na época com cerca de 25 anos, foram reconstruídas, aproveitando-se basicamente apenas as plataformas (estrados e chassis), e as RS3, locomotivas da Alco, fabricadas em 1952 e remotorizadas entre 1996-98 com motores Wabtec FDL8, ainda em serviço na MRS, Supervia e CPTM.

Locomotiva RS3 antes da remotorização, atualmente essa máquina ainda se encontra em operação na CPTM.

Nos EUA esse tipo de intervenção é muito mais comum, sendo que tanto a Progress (EMD) quanto a Wabtec mantém programas de repotencialização de locomotivas em seus catálogos de serviços, e outras companhias como: NRE, Knoxville Locomotive Works, Brookville Equipment, Cummins and Railserve LEAF também atuam no mercado.

Locomotiva Baldwin AS16 reconstruída com motor e transmissão EMD, notasse a seção posterior a cabine totalmente substituída, essa máquina operou por cerca de 20 anos após a reconstrução

Na prática o que se pode observar desses programas é que se faz a construção de máquinas novas sobre o chassi existente, substituindo-se praticamente tudo o que possui partes móveis ou contatos elétricos. Estima-se que a reconstrução do material rodante pode dar uma sobrevida ao equipamento de até 40 anos, dependendo do nível de intervenção A economia de custos vem do reaproveitamento dos itens de caldeiraria pesada, sendo o aço o principal insumo desses componentes. O chassi de uma locomotiva, juntamente com a cabine, tanques de combustível e truques, correspondem a mais de 80% do peso de uma locomotiva. Embora o custo total de produção não seja diretamente proporcional ao peso do material empregado, ainda assim já se percebe a redução do esforço de fabricação e de consumo de material e consequentemente do custo, o programa 710 ECO da Progress indica que a repotencialização de uma locomotiva permite uma economia de 40 a 50% em relação a uma máquina nova.

A maior parte dos programas de reconstrução de locomotivas se concentra em máquinas na faixa dos 2000 a 3000HP com motores de corrente contínua, justamente onde estão modelos de locomotivas muito comuns nas ferrovias brasileiras tais como: U20C, U23C, C30, C36, SD38, SD40 e SD45.

Para esse perfil de locomotivas há dois produtos de destaque que são ofertados pelos fabricantes presentes no território nacional: O EMD® 710ECO™ da Progress e o “C Series” da Wabtec, ambos oferecem, pelo menos nos EUA, kits de modernização ou locomotivas com componentes compatíveis com as locomotivas sendo baixadas, com opção de motores diesel de 8 ou 12 cilindros, novas transmissões com microprocessamento e sistemas de controle de aderência, que podem ser instalados sobre chassis de locomotivas baixadas, com índices de compatibilidade de componentes chegando a 90%.

Operação

Embora não sejam tão potentes quanto as locomotivas novas mais comumente encomendadas pelas ferrovias brasileiras, notadamente as ES e AC44 da Wabtec, com 4400HP, as locomotivas remanufaturadas são tão eficientes quanto, a redução de consumo de combustível pode chegar a 25% e de lubrificantes de até 50% em relação as máquinas de geração anterior. Nesse aspecto há uma oportunidade de ganho que pode ser explorada, a melhor alocação do uso de potência nos trens:

Com a entrada em operação das locomotivas mais potentes nas tabelas dos trens unitários mais pesados e com maior prioridade, as locomotivas retiradas desses trens assumem tabelas menores, normalmente de carga geral, de serviço ou mais recentemente nos expressos de containers, nessas aplicações é necessária uma flexibilidade muito maior, pois além das tabelas variarem de tamanho, há uma quantidade maior de manobras associadas ao carregamento, além de um tempo também maior de espera com as locomotivas paradas e os motores ligados em ponto morto, devido a menor prioridade em cruzamentos. Nesse cenário mais locomotivas de menor potência levam vantagem sobre máquinas maiores, pois a potência em excesso pode ser desligada ou retirada do trem. Porém não basta remanejar as máquinas, as locomotivas de geração anterior, possuem um consumo específico de combustível maior que as atuais e sem a modernização dessas os ganhos relacionados a alocação de potência se perdem diante da ineficiência, faz-se necessária a modernização das máquinas, que tende a ter custo inferior do que a compra de locomotivas novas da mesma faixa de potência.

Locomotiva BB36 com um trem de serviço aguardando cruzamento em Bambuí-MG, excesso de potência: 3600hp para apenas 4 vagões leves.

Também se deve pensar com cuidado no fenômeno ocorrido nas ferrovias classe I dos EUA na década de 90, onde a entrada em operação de locomotivas novas na faixa de 6000hp, que inicialmente objetivava maior eficiência e redução de custos de manutenção, gerou uma perda de flexibilidade na potência alocada, fenômeno esse que pode se repetir no Brasil com a foco na aquisição de máquinas novas apenas na faixa de 4400hp (SD70 e AS/ES44)

Conclusão

A reforma pesada do material de tração sendo baixado deve ser considerada seriamente como uma opção diante do cenário atual, rompendo a postura atual, obviamente os custos e detalhes técnicos envolvidos devem ser avaliados caso a caso, mas ressalta-se que essa avaliação deve ser feita antes da tomada de decisão pela aquisição do material novo devido ao potencial de economia envolvido.

Bibliografia

http://vfco.brazilia.jor.br/diesel/diesel/locomotiva-C30-7MP-MRS-ex-U23C.shtml

http://vfco.brazilia.jor.br/diesel/diesel/locomotivas-U23C-modernizadas-para-U23CA-RFFSA-SR3.shtml

https://www.railwayage.com/news/rebuild-renew-repower/

https://www.wabteccorp.com/locomotive/light-weight-locomotives/dc-locomotives-c21-c25emp

http://baldwindiesels.railfan.net/cnw/index.html

MRS Logística S.A. - A Ferrovia de Minas, Rio e São Paulo, 2002, Memória do Trem

https://www.progressrail.com/en/Segments/RollingStock/Locomotives/RepoweredLocomotives/EMD710ECO.html

 

Modelo de plano de ação para aC captação de novos clientes, através do retorno à operação de terminais de transbordo ferroviário desativados ao longo da malha da VLI.

 

Proposta apresentada no Desafio PDF Trainee VLI 2021vli-logo | Provest Uniformes

Responsáveis: Eng. Eletrônica Jéssica de Souza Alves e Técnico de ProjetoProjeto Construção e Montagem – Petrobras: Victor de Almeida e Silva



Considerando as incertezas geradas pela crise do corona-vírus, percebe-se um panorama em que as empresas passaram da necessidade de ser mais eficazes (oferecer maior capacidade de atendimento a demanda) para a de serem mais eficientes (atender a demanda com menor uso de força/energia/recursos), a situação da VLI dentro desse panorama é de que apesar da adversidade do mercado há espaço para crescimento, através da captação de demandas geradas por clientes que estão buscando reduzir seus custos logísticos e para aumentar sua eficiência, principalmente no retorno ao transporte ferroviário devido ao menor consumo específico de combustível desse modal em comparação ao modal rodoviário, o qual hoje é o modal dominante. Porém deve-se tomar o cuidado de não comprometer grandes recursos ou aumentar despesas para que não haja o risco de que o retorno sobre o investimento seja frustrado por conta de adversidades, como por exemplo: alta de preço de combustíveis ou de custos de manutenção relacionados à importação de peças de reposição.

Tomando esse cenário como base podemos imaginar iniciativas que maximizem o uso da infraestrutura existente, de forma a reduzir os investimentos e riscos associados, sendo a d proposta desse trabalho, apresentada a seguir, apoiada nessa premissa.

Muitos clientes tradicionais da ferrovia abandonaram o transporte por esse modal ainda nos anos 90 devido à incapacidade da operadora da época (RFFSA), migrando para o modal rodoviário, e desde então se mantido nesse, desativando seus terminais ferroviários. Seguem-se dois exemplos pontuais que podem ilustrar a situação geral:

  1. CASEGO em Luziânia-GO: 



Localizado no pátio da estação Posto Ypê (Jardim Ingá) da VLI, que faz parte do corredor entre o Centro-Oeste e Santos-SP, é um grande terminal, nos moldes dos operados pela VLI, deixou de funcionar nos anos 90 com o abandono do transporte ferroviário pelo operador do terminal, hoje se encontra sendo preparado para a venda devido a extinção da proprietária, a CASEGO. Considerando o sucesso da operação de terminais próprios da VLI como os de Pirapora-MG, Porto Nacional-TO, Uberaba-MG... e a sinergia natural desse ativo com a malha, deveria realizar um EVTE específico sobre a demanda existente na região do entorno do terminal bem como obter informações sobre a alienação do mesmo para poder estimar os custos relativos ao recondicionamento operacional do ativo.


  1. Embarque de sucata da estação de Bernardo Sayão (Núcleo Bandeirante, Brasília-DF); transporte efetuado pela RFFSA para a Siderúrgica Mendes Júnior partindo do Distrito Federal e que foi abandonado em 1990, hoje com a introdução de fornos elétricos de nova geração na siderurgia, conforme cenário previsto nos desafios do “Inova VLI”, a fusão de sucatas e por consequência a demanda dessas e seu reaproveitamento pode tornar a reativação desse transporte interessante.


Tal como nos dois casos acima, existem dezenas de instalações e clientes que poderiam voltar a utilizar os serviços da ferrovia. Há a necessidade da mudança da lógica de prospecção de clientes por parte das ferrovias, da atual postura passiva em que o cliente busca os canais de comerciais da ferrovia para uma ativa em que as ferrovias buscam clientes em potencial., p Para tanto propõem-se, dentro de uma janela de 180 dias, a execução da um projeto de prospecção ativa de clientes ao longo da malha, com o objetivo de oferecer à administração superior um relatório com bases para a tomada de decisão, seguindo as quatro etapas de 45 dias a seguir:

A - Realizar contato com as unidades operacionais da VLI buscando informações sobre antigos clientes e instalações industriais ou comerciais de grande porte vizinhos a ferrovia que seriam potenciais clientes.

B- Entrar em contato e realizar apresentações dos serviços oferecidos pela VLI aos responsáveis por essas instalações e/ou nas juntas comerciais das localidades de interesse e obter dos interessados em utilizar a ferrovia dados sobre as demandas, fluxos desejados, expectativa de tarifa.

C- Avaliar os dados oferecidos pelos clientes em potencial comparando com as práticas de comerciais e financeiras da VLI para verificar quais serviços poderiam lucrativos, entrar em contato com as equipes operacionais dos fluxos escolhidos para obter uma avaliação preliminar da viabilidade de implantação do serviço desejado.

D- Montar um relatório com as conclusões sobre os novos clientes considerados viáveis e apresentar à administração, informando os ganhos a serem obtidos, os principais impactos esperados na operação e uma avaliação preliminar com a ordem de grandeza dos investimentos a serem feitos.

Em todas as fases desse planejamento espera-se tirar vantagem dos avanços tecnológicos nas comunicações para a obtenção das informações e a relização de contato com os clientes em potencial, da mesma forma que se espera que as inovações da “indústria 4.0” facilite o processamento das informações obtidas.

Dessa forma pode-se formar um “catálogo” de clientes viáveis, categorizados pela ordem de grandeza dos investimentos a serem feitos os quais a companhia poderia buscar com ações de oportunidade complementares aos planos estratégicos já em vigor.


Referências:

Material de apoio do programa Inova VLI: https://inovavli.com.br/category/inovacao-aberta/

http://doc.vfco.com.br/ferrovia-Brasilia/bernardo-Sayao-ferro-velho-Siderurgica-Mendes-Junior.shtml

https://legisla.casacivil.go.gov.br/pesquisa_legislacao/61881/decreto-5316