sábado, 24 de outubro de 2015

01/11: Expedição Vera Cruz x Conrado

Olá amigos e amigas !
Nesta mensagem quero fazer um convite a todos: no próximo dia 01 de novembro de 2015, um domingo, estaremos organizando uma expedição que percorrerá o trecho da antiga EF Melhoramentos do Brazil/Linha Auxiliar da EFCB entre as estações de Vera Cruz e Conrado, no município de Miguel Pereira, estado do Rio de Janeiro.
Esta expedição será a continuação da nossa épica e marcante caminhada promovida em setembro de 2013, onde percorremos integralmente o trecho entre as estações de Miguel Pereira e Engenheiro Adel. Chegando a esta, pelo horário avançado (anoitecendo), optamos em desviar o caminho e percorrer por uma estrada de rodagem o trecho final até Arcádia, que era nosso destino original. Dessa vez começaremos na metade do caminho anterior e iremos além de Arcádia, completando o percurso seguindo até a estação de Conrado, em um percurso de aproximadamente 16 kms.

A expedição tem por objetivo:
- Promover um encontro entre os membros e amigos do fórum, grupo e Associação Ferroviária “Trilhos do Rio”;
- Obter informações sobre o trecho, atualmente extinto e sem tráfego de trens, e estudar uma maneira de reativar a linha, podendo colaborar com outras instituições e entidades interessadas na preservação e reativação do trecho (a ONG Amigos do Trem está reformando e implantando um trem turístico entre Miguel Pereira e Governador Portela, em um primeiro momento);
- Reconhecimento de terreno, coletando informações, registros e depoimentos com moradores locais;
- Proporcionar uma higiene mental durante a caminhada, em um local de incomparável beleza, natureza, história e ar puro (Miguel Pereira é famosa por possuir o terceiro melhor clima do mundo);
- Coleta de materiais histórico e ferroviários;
- Outros objetivos variados.

Abaixo passo o cronograma estimado para nossa expedição. Os horários são aproximados, podendo sofrer alterações de acordo com a condução, velocidade e duração do trajeto. A conferir:

ATENÇÃO !!! SAIREMOS MAIS CEDO DO QUE NORMALMENTE SAÍMOS EM EXPEDIÇÕES ANTERIORES !!! FIQUEM ATENTOS AO HORÁRIO, INFELIZMENTE NÃO HAVERÁ TOLERÂNCIA A ATRASOS !

6:00 - Encontro na estação D.Pedro II (Central do Brasil) ao lado do McDonalds, no interior da gare. Conforme formos chegando, devemos comprar logo a passagem para facilitar o embarque no horário combinado;
6:40 - Partida do trem (parador) rumo a Japeri;
8:11 – Chegada a Japeri;
8:30 – Embarque no ônibus ou van rumo a Barão de Javary. Dá tempo de comprarmos suprimentos em Japeri, para nos prepararmos para a caminhada, pois há comércio em frente a estação;
9:20 – Chegada a Barão de Javary. No local poderemos comprar mais alguns mantimentos (não teremos local para nos abastecer posteriormente, apenas em Arcádia, depois de vários quilômetros de caminhada), tirar algumas fotografias RAPIDAMENTE para não atrasar o cronograma, pois ainda nos falta embarcar em mais uma condução, rumo à Vera Cruz (Viaduto Paulo de Frontin). Essa última condução será um táxi, dentre os veículos que ficam estacionados nas proximidades. Normalmente é cobrado uma média de R$ 10,00 por pessoa, caso a lotação do veículo seja completa (4 passageiros);
9:45 – Chegada ao viaduto Paulo de Frontin, onde iniciaremos a nossa caminhada. Para iniciarmos bem e "quebrarmos o gelo" iremos atravessar com o máximo de precaução a centenária e magnífica obra de arte da ferrovia.
10:20 – Chegada à estação Vera Cruz, atualmente moradia particular. Nesse ponto teremos cumprido os primeiros 700 metros de caminhada (apenas !!!);
11:40 – Chegada à estação Monte Líbano, demolida. Neste ponto teremos percorrido 3300 metros;
12:00 – Chegada à ponte sobre o Rio Santana, passando para o outro lado do rio;
13:30 – Início de trecho com mata muito fechada;
14:00 - Passagem pelas ruínas da estação Engenheiro Adel;
14:20 - Início de um dos trechos mais difíceis, com pontes e ribanceiras PERIGOSAS, todo o cuidado é pouco ! A partir daqui se alternarão pontos com mata fechada e trechos com áreas mais livres, mas em relevo sempre;
15:40 - Chegada a um ponto de apoio, uma empresa. Será o primeiro ponto a partir da ponte sobre o Rio Santana onde poderemos ter contato com a civilização, visto que estaremos isolados na outra margem do rio (a rodovia fica do outro lado) e no meio da montanha, onde não há habitações;
16:40 - Chegada a Arcádia. Quem quiser parar por aqui, terá à disposição ônibus rumo a Japeri. No local também há estabelecimentos para lancharmos e nos abastecer de mais mantimentos. Caso estejamos passando por Arcádia neste horário, teremos que adiantar muito o ritmo, pois ainda teremos cerca de 5 kms de caminhada até Conrado. Mesmo que estejamos adiantados, não devemos perder tempo, mesmo com o horário de verão a nosso favor;
17:00 - Trecho alternando mata fechada com área mais livre;
17:40 - Chegada à Santa Branca, passando pela antiga ponte de treliça;
18:15 - Chegada à estação de Conrado. Encerraremos nossa caminhada aqui, embarcando em um ônibus rumo à Japeri para retornarmos para o Rio de Janeiro.

Os horários acima já contam com nossas investigações em campo, entrevistas com moradores, coleta de materiais, fotos sociais e outros registros. Sendo assim, dependendo das circunstâncias, podemos chegar mais cedo que o previsto. Mas não podemos facilitar, pois pouco antes da parte final da nossa expedição, estaremos caminhando em lugares ermos, rurais, sem civilização nem iluminação próxima. Isso pode ser assustador, mas temos condições de enfrentar tudo isso, sem problemas.

REGRAS E DICAS ÚTEIS E IMPORTANTES !

- Usar roupas leves;
- Levar uma muda de roupa sobressalente;
- Usar filtro solar;
- Levar água, suco, isotônico ou algum outro líqüido para hidratação (se possível, levar uma garrafa de dois litros).
Atenção: proibido levar bebidas alcoólicas !
- Levar barrinhas de cereais ou biscoitos, de preferência pouco condimentados e com pouco sódio (sal), para não desidratar, elevar a pressão arterial ou causar algum desconforto digestivo;
- Levar um guarda-chuva, de preferência aqueles pequenos que cabem na mochila, a não ser que haja mais de 90% de chance de não chover;
- Usar óculos escuros (opcional);
- Usar chapéu ou boné (opcional);
- Levar pilhas sobressaentes para câmera fotográfica;
- Levar dinheiro para almoço e/ou lanche, além de uns 25% de dinheiro a mais em relação ao total estimado, por precaução;
- Levar algum material relacionado à ferrovias ou referente ao local da expedição(opcional, apesar de importante)
- Deixar o telefone celular com a bateria carregada na véspera. Se possível, deixa-lo carregando durante a noite anterior ao evento;
- Conforme o horário e local, usar repelente contra insetos e se possível (mesmo que não seja garantido) começar a ingerir Vitamina B com duas semanas de antecedência (ou seja, demorei um pouco a enviar esta mensagem, então comecem o quanto antes !). Segundo alguns relatos, isso ajudaria a afastar e evitar picadas de carrapatos. Lembrando que quando caminhamos pelo trecho em 2013, voltei com 42 desses "amiguinhos #sqn" no corpo ...
- Facão e alicates são opcionais, pois algumas pessoas já levarão essas ferramentas;
- Se possível, um plástico de tamanho razoável é interessante, para cobrir a mochila em caso de chuva;
- Usar um calçado de solado resistente;
- Se possuir perneira, leve. Se tiver botinas ou galochas, pode ser interessante também. Nesta época de clima quente, animais peçonhentos podem ser encontrados no caminho;
- Outros EPI (Equipamentos de Proteção Individuais) são opcionais mas importantes, como capacetes, óculos etc
- Lembrem-se: apesar de todas estas recomendações, regule bem o peso que irá carregar na mochila, para não gerar situações desconfortáveis e cansativas;

Por enquanto é só (?). Caso haja alguma mudança na programação, entrarei em contato. Em caso de mau tempo, a expedição poderá ser cancelada, mas provavelmente isso será decidido no ponto de encontro, na Central do Brasil. De qualquer forma mantenham-se atentos a notificações por e-mail, Whatsapp, Telegram e Facebook. Na véspera, até às 22:00 enviarei um comunicado confirmando ou cancelando o evento.

Em anexo o trecho a se caminhar em imagem, em formato .kml (visualizável no Google Earth) e em formato .gpx (lidos em dispositivos GPS, que serão levados ao evento)

Confirmem presença respondendo a este e-mail, e caso sejam necessário maiores detalhes, acessem o link abaixo (apenas para membros registrados):

http://www.trilhosdorio.com.br/forum/viewtopic.php?f=28&t=1705

Atenciosamente,
Eduardo P.Moreira
Presidente AF Trilhos do Rio


Envie uma mensagem para +55 21 98323-7291 || Telefones:(21) 98323-7291 (Tim) || (21) 99462-0268 (Claro) || (21) 987708443 (Oi) || (21) 99605-9975 (Vivo

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Desafios técnicos e econômicos da recuperação das ligações ferroviárias do Norte Fluminense com Minas Gerais parte I

Introdução, situação atual e a MRS.


A EF354 ou ferrovia intercontinental é um eixo de deslocamento previsto no plano nacional de viação - PNV que permitiria a partir do litoral norte do RJ atingir Rondônia e o Perú e dapi o oceano pacífico passando pela zona de mineração do vale do rio doce em MG, pelo vale do rio São Francisco ainda em MG, cruzando o vale do rio Araguaia.
A atual EF-354 é na verdade a junção de vários trechos de pequenas ferrovias construídas, sem muito planejamento, na virada do século XIX para o século XX, e que foram aglutinadas na ampla malha de bitola métrica da EF Leopoldina e na EFCB, ambas mais tarde incorporadas pela RFFSA, hoje o que resta dessas ferrovias é a Três Rios - Recreio - Cataguazes, operada pela FCA no transporte de bauxita.



Existe hoje um interesse econômico pela reativação de uma parcela maior dessas linhas devido ao transporte de minério de ferro das jazidas no entorno de Belo Horizonte, para consumo e exportação no litoral norte do estado do RJ em São João da Barra, no projeto do complexo de Açu
As principais ferrovias  nesse entorno, que na prática funcionam como gigantescas correias transportadoras de minério,  para o portos são:
A MRS, de bitola de 1,6m que escoa o minério em direção a siderúrgicas fluminenses e paulistas e ao porto de Sepetiba no RJ, e a EFVM em bitola de 1m em direção ao vale do rio doce e daí para o porto de Vitória-ES.
Tanto a MRS quanto a EFVM possuem o foco no transporte do que as suas empresas controladoras produzem, minério de ferro e siderúrgicos, não restando espaço para outras grandes outras cargas devido a capacidade ociosa baixa de suas linhas.
Em especial a MRS, que embora não tenha muito espaço ocioso possui enorme espaço para crescimento, e tem inclusive se lançado em busca de containers operados em trens expressos.
A MRS é o resultado da concessão das SR3 e SR4 da finada RFFSA, dentro dessas linhas existem 2 corredores de exportação de minério, a velha linha do centro da EFCB (LC) e a ferrovia do aço (FA).
A linha do centro é mais antiga e possui um  traçado mais sinuoso,com rampas íngremes  e muitos túneis, além de atravessar diversas cidades. A FA é bem mais moderna possui amplos raios de curva, é isolada de centros urbanos e rampas mais leves.

Tanto a LC quanto a FA são ferrovias de linha singela, ou seja para os trens trafegarem em sentidos opostos os mesmos um dos trens tem que aguardar parado em um pátio enquanto o outro se move, o que limita enormemente a capacidade da via.
A MRS opera seus trens num sistema de carrossel onde os trens de minério carregados descem pela FA até Barra do Piraí e daí pelo trecho de linha dupla da LC na serra do mar até Sepetiba onde descarregam e iniciam o retorno para Barra do Piraí de onde seguem de volta as minas pela LC.
Tanto a FA quanto a LC tem planos para a duplicação, sendo a a FA já foi projetada como uma linha dupla e tem boa parte do trecho preparado para receber a segunda linha. A LC possui um projeto de duplicação anterior a FA mas não teve obras iniciadas nesse sentido, apesar de possuir vários pátios de cruzamento curtos desativados ainda na época da RFFSA.
A MRS já sinaliza interesse em ampliar sua capacidade através da conclusão das obras da FA, a poucos anos o trecho entre o ponto de chegada da FA em Saudade próximo a Barra Mansa e Barra do Piraí foi duplicado, além de ter sido duplicado também o trecho Guedes Costa - Brisamar e eliminado, através de um viaduto,um cruzamento com os trens urbanos da supervia em Guedes Costa (Km 64).
A MRS anunciou obras de ampliação de pátios da FA, que devem passar a receber trens mais longos, os atuais tem 132 vagões e estão em testes trens com tração distribuída(locotrol) além de vagões mais pesados do tipo GDU e novo sistema de sinalização CBTC, sendo estas melhorias feitas no sentido de eliminar ou reduzir a quantidade de trens de auxílio, liberando assim mais janelas de circulação.
A eventual conclusão da FA permitiria trens de retorno, principalmente os vindos de São Paulo, liberarando a LC de muitos trens de retorno vazios, podendo voltar a exercer a função de linha de exportação.


O carrossel da MRS representado pelas setas azuis, entre Barra Mansa e Sepetiba a linha é dupla e tanto os trens de exportação quanto de retorno trafegam no mesmo traçado.

Apesar da MRS mostrar disposição em aproveitar as obras inacabadas da FA para duplicar pelo ao menos parcialmente a linha, este é um investimento de alto custo e questões políticas como conflitos de interesse com as controladoras da MRS e o  fato dessa malha se tratar de uma concessão em que o investimento de ampliação da malha será absorvido pelo governo ao final podem deslocar a atenção dessa abordagem em benefício de outras.
A MRS é controlada por um grupo de mineradoras entre elas as maiores são Vale e CSN e GERDAU, o maior interessado em aumentar a exploração de minério no entorno de B. Horizonte era Eike Batista rival da Vale e CSN e profundo desafeto do ex-presidente da Vale Roger Agneli.

A GERDAU na época de Eike Batista vinha demonstrando interesse no projeto mina-porto-complexo industrial de Açu, que é uma a rota de expedição do minério da Anglo.
Hoje com a quebra do conglomerado de Eike alguns desses conflitos de interesse desapareceram, as obras do porto prosseguiram pelas mãos da Prumo logística ao invés da LLX, com o foco na exportação de minérios, sem o complexo industrial previsto, porém surgiram outros problemas como a queda do preço das comodities no mercado internacional o aumento da taxa de juros e a maior aproximação do fim do prazo de concessão da malha da MRS.

Desse embate não se sabe qual será o acordo que viabilizará a extração e exportação desse minério mas existem algumas possibilidades mais imediatas que vamos abordar na próxima postage.

Sobre o projeto de Açu:

http://lauaxiliar.blogspot.com/2011/10/eike-salvara-linha-auxiliar.html

Os PNV e a EF 354

http://vfco.brazilia.jor.br/Planos-Ferroviarios/0-Planos-Ferroviarios.shtml

 http://vfco.brazilia.jor.br/ferrovias/Valec/ValecConcessoes.shtml

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Semana de assuntos ferroviários



Dia 15, quinta-feira, na AENFER: "O papel das ferrovias na logística e nos transportes" (detalhes abaixo)

Dia 17, sábado, em Saracuruna/RJ: Reunião Geral Mov. pelos Trens da Baixada (convite anexado)


Dia 22, quinta-feira, na SEAERJ: "A EF-118: O Rio de Janeiro de volta aos trilhos" (convite anexado)


Dia 26, segunda-feira, na AENFER: Evento duplo da AFL-Academia Ferroviária de Letras + Reunião da AFL/AFPF/GFPF (convite anexado).

Agradecemos a divulgação.

Antonio Pastori

O papel das ferrovias na logística e nos transportes é tema de palestra na Aenfer

Federação das Associações de Engenheiros Ferroviários (Faef) e Associação de Engenheiros Ferroviários (Aenfer), realizarão Palestra Técnica com o Especialista em Infraestrutura Sênior do Ministério do Planejamento, engenheiro Sergio Iaccarino.

Tema da palestra: O papel das ferrovias na logística e nos transportes

Dia: 15 de outubro

Horário: 16h30min.

Local: Auditório da Aenfer, Av. Presidente Vargas, 1.733 – 6º andar – Centro – RJ

Atualmente em exercício no Ministério dos Transportes, Sergio Iaccarino é Consultor de Transportes, Infraestrutura, Logística, Marketing e Produção; Doutor (D.Sc.) e Mestre (M.Sc.) em Ciências pela COPPE/ UFRJ; Engenheiro Civil pela PUC-RJ;

Pesquisador no INRETS – França com a tese de doutorado MISE- Modelagem e Integração de Sistemas Inteligentes nas Empresas; MBA (“in company”-CBTU) em Financiamento de Projetos de Transportes (FGV); Pós-graduado em Engenharia Ferroviária (Projeto, Operação e Manutenção de Sistemas – Universidade Santa Úrsula); Pós-graduado em Marketing (Escola de Comunicação ECO-UFRJ e ESPM);

Entrada Franca

Participe!

CONVOCAÇÃO AO MOVIMENTO DO PROJETO CENTRAL E ENTIDADES - PELA REVITALIZAÇÃO DOS RAMAIS FERROVIÁRIOS DE PASSAGEIROS DA BAIXADA FLUMINENSE - 1985 REUNIÃO GERAL COM TODOS E TODAS LIDERANÇAS QUE FAZEM PARTE DESSA IMPORTANTE LUTA E MOBILIZAÇÃO PELA RECUPERAÇÃO DOS TRENS METROPOLITANOS DE PASSAGEIROS E REGIONAIS DO RIO DE JANEIRO:

DIA 17 DE OUTUBRO DE 2015 - SÁBADO,

HORA: INICIANDO ÀS 10:00 HORAS

LOCAL: SEDE DA COMTREM - APOPENSA RUA PRESIDENTE ROOSEVELT, 10 - CENTRO, SARACURUNA, DUQUE DE CAXIAS. REFERÊNCIA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SARACURUNA

O TRANSPORTE DE MASSA É TREM, VLT, METRÔ E A PRESERVAÇÃO COM A INTEGRAÇÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO. CORDIALMENTE, MARIA SUELY, CARLOS FARIAS, JORGE GONZAGA AZULÃO, LUIZ APOPENSA, LUIZ MÁRIO MACACO, CARLOS SENNA p/ membros da Coordenação do Movimento do Projeto Central e Entidades - Pela Revitalização dos Ramais Ferroviários de Passageiros da Baixada Fluminense - 1985 Tel 9 9169 5195 -- 9 9131 0742



sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Porto do Açu inicia operações do seu terminal Multicargas, sem trens

A Prumo concluiu na última semana o primeiro carregamento de bauxita no T-MULT (Terminal Multicargas) do Porto do Açu. O navio Turquoise Ocean, da Libéria, atracou no porto no dia 12 de setembro e desembarcou no dia 22. O navio, que é do tipo handymax, foi carregado com 33 mil toneladas de bauxita, que foi exportada para a China.
Fotos: Divulgação/Prumo
Acu 1
“Concluímos com sucesso a 1º operação do T-MULT. Além de ser um marco histórico para o Porto do Açu e a Prumo, ela reforça nossa capacidade de entrega e nossa mudança para a fase operacional. Com a operação do T-MULT nos tornamos a principal alternativa para o mercado do norte fluminense, além de sermos muito competitivos para cargas do Espírito Santo e Minas Gerais. O T-MULT é um novo terminal de carga geral no Rio de Janeiro”, destaca Eduardo Parente, presidente da Prumo.
A bauxita, que é da empresa Votorantim Metais, foi extraída da sua unidade em Miraí-MG e transportada por caminhões até o Porto do Açu. O produto é armazenado no pátio de estocagem do T-MULT, que possui capacidade estática de armazenamento superior a 100 mil toneladas de granéis sólidos e mais de 20 mil toneladas de carga geral.
Acu 3
A movimentação entre o pátio de estocagem e o navio é feita por caçambas, que são içadas pelos guindastes do próprio navio. Depois de posicionada, a caçamba é aberta automaticamente e a bauxita descarregada no porão.
Neste 1º embarque, a produtividade (prancha de carregamento) atingiu 6 mil toneladas/dia com operação diurna, mas a previsão é que ela alcance 13 mil toneladas/dia com ritmo operacional de 24h/dia. Já a capacidade de desembarque de granéis importados deve ser de 10 mil toneladas/dia.
T-MULT
Com 2 berços instalados em 500 metros de cais, o T-MULT tem capacidade para movimentar 4 milhões de toneladas por ano (entre granéis sólidos e carga geral). Com 14,5 metros de profundidade, o terminal pode receber navios Panamax.

O parque de equipamentos do terminal contará com 2 guindastes MHC, 2 empilhadeiras de pátio, 2 moegas com capacidade nominal de 360 toneladas por hora cada e 2 balanças rodoviárias.
O parque de equipamentos do terminal contará com 2 guindastes MHC, 2 empilhadeiras de pátio, 2 moegas com capacidade nominal de 360 toneladas por hora cada e 2 balanças rodoviárias.
O contrato com a Votorantim prevê a movimentação de 300 mil toneladas por ano de bauxita e coque. No total, o T-MULT deve movimentar 2 milhões de toneladas de bauxita por ano.
Com possibilidade de expansão para 1.200 metros de cais, o TMULT também irá operar carvão, clinquer, fertilizantes, rochas ornamentais, contêineres e veículos, além de contar com acesso ferroviário no futuro.
Esta primeira operação do T-MULT, que começou a receber bauxita no final de julho, foi parte do comissionamento do terminal. Durante o embarque, foram ajustados os tempos da operação e dos equipamentos.  Cerca de 40 operadores portuários, todos moradores da região e treinados pela Prumo, participaram do 1º embarque.

Parece uma boa notícia né? Mas não é bem assim. A bauxita de Cataguazes vai seguir para o porto do Açu e não mais para SP, pelo que parece com a alta do preço da energia elétrica é melhor exportar o minério do que processar no Brasil. Se continuar a ter fluxo para São Paulo provavelmente os caminhões vão transladar a carga para a MRS em Três Rios, anteriormente a Bauxita que saia das minas de Mirai em MG e que seguia de trem da VLI/FCA até Três Rios (bitola métrica, 1,0m), lá mudava para vagões da MRS (bitola larga, 1,6m) e seguiam para a fábrica de alumínio da Votorantim na cidade de Alumínio próximo a São Paulo, agora irá de carretas. Eram duas composições diárias de 30 vagões cada uma (60 ton cada) que agora passam a seguir em cerca de 160 carretas diárias em um sentido e 160 no inverso, trafegando em estradas de mão dupla sobre terreno acidentado e cortando inúmeros núcleos urbanos.
A poluição ambiental, os danos nas estradas, os acidentes e piora das condições gerais não importam, soube que, apesar do trem ter parado no dia 31 de julho, a Votorantim se prepara para expandir ainda mais a produção da mina de Miraí, ou seja ainda mais caminhões. É o trem perdendo cada vez mais espaço, em um país sem rumo e sem governo, onde as empresas, (as grandes obviamente), fazem o que bem entendem. 

E tome-lhe pedágio nas rodovias!! Concretamente, o pedágio ajudaria a introjetar o custo de infraestrutura nas rodovias. A manutenção da CIDE no patamar mais alto beneficia os meios de transporte mais eficientes. Essas são duas bandeiras ferroviárias. São?
Há todo um grande lobby nacional para que as estradas se tornem rentáveis para seus concessionários (pedágios), que por sinal são as mesmas empreiteiras da "LavaJato" , o sustentáculo financeiro dos últimos 6 governos centrais, que por sinal sempre ameaçaram desestabilizar o País se forem apertadas com pressões políticas como agora o povo conseguiu fazer através desse juiz paranaense.
Enquanto isso, os governos seguem fazendo cortina de fumaça para disfarçar a preferência pelo oligopólio rodoviário que paga altas mesadas aos legisladores e gestores públicos para terem seus privilégios preservados, desde os anos 60.
O governo do Rio convoca a população para opinar sobre a ferrovia de transporte de carga, financiada com dinheiro federal, que ligará o Rio ao Espírito Santo (EF118), porém não há plano de reação para se evitar a transferência dessa carga por exemplo para as rodovias. Apesar de o alargamento da rota da bauxita da FCA ter sido previsto pelos estudos técnicos de acesso ao porto do Açu, a principal obra necessária para tal, o contorno ferroviário de Além Paraíba, não tem nenhuma previsão mínima para ser feito, também não foram nem citados no projeto da EF118 a ligação entre o Açu e a atual linha da FCA em Campos, ligação curta de baixo valor a ser investido e que de imediato permitiria o escoamento da bauxita para o porto de trem, apesar de essa iniciativa ser uma das possibilidades previstas no projeto da EF354.
Tal paralisia soa como uma tentativa de desviar o foco da opinião pública de cima da predominância do transporte rodoviário, e nem se trata de transporte de pessoas, o que continuará sendo monopólio das grandes empresas de ônibus. Haja visto que o ex-ministro dos transportes até 2 anos atrás era escolhido pelo ex-senador e presidente da poderosa CNT, hoje afastado por ser suspeito de corrupção.